IAA - Anos de 1970

Na década de 1970, o governo investe no setor de cana-de-açúcar com foco na ampliação e competitividade internacional de produtos, o que desencadeia na retomada de investimentos no setor, incluindo a criação do Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (PLANALSUCAR), como projeto do IAA, em 1971, com objetivos como: assegurar a ampliação da variedade de tipos de cana-de-açúcar, atuar com o melhoramento genético de espécies de cana, auxiliar produtores e ampliar investimentos na área de produção agrícola do setor no país.

Atividade do IAA.
Fonte: Acervo UFSCar.

O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) surge em 1975 e, segundo a Agência FAPESP (2016), “representa uma das maiores realizações genuinamente brasileiras baseadas em ciência e tecnologia”, atuando com foco no investimento na produção do álcool e sua promoção como combustível viável frente ao petróleo, visto que o mundo sofria com o choque do petróleo, em 1973.

Atividade do IAA.
Fonte: Acervo UFSCar.

"O etanol vem sendo usado como combustível no Brasil desde os anos 1920, mas foi somente com o advento do Proálcool, em novembro de 1975, que seu papel ficou claramente definido a longo prazo, permitindo que o setor privado investisse maciçamente no aumento de produção. A motivação do governo para lançar o Proálcool foi o peso devastador da conta petróleo na balança de pagamentos do país, que importava na época mais de 80% do petróleo que consumia. A produção anual, que estava em torno de 600 milhões de litros, aumentou rapidamente e ultrapassou a meta do programa, de 10,6 bilhões de litros anuais, em menos de dez anos." (LEITE; LEAL, 2007, p. 17).

A Tribuna (14/08/1960).
Fonte: Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital.

O PLANALSUCAR e o Proálcool foram chaves no fortalecimento da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, inclusive, com a ampliação das regiões que passam a cultivar a planta. O programa contou com quatro regionais no país, Rio Largo/AL (Regional Nordeste), Carpina/PE (Regional Norte), Campo dos Goytacazes/RJ (Regional Leste) e Araras/SP (Regional Sul), ressaltando a relevância da cidade de Araras como polo de pesquisa e produção reconhecido na área da cana-de-açúcar. (HENRIQUES; MORAIS, 2015)

Correio Paulistano (16/08/1961).
Fonte: Biblioteca Nacional - Hemeroteca Digital.

Atividade do IAA.
Fonte: Acervo UFSCar.

Tribuna do Povo (06/09/1970).
Fonte: Biblioteca Municipal Martinico Prado.

Tribuna do Povo (29/11/1970).
Fonte: Biblioteca Municipal Martinico Prado.

Tribuna do Povo (18/01/1970).
Fonte: Biblioteca Municipal Martinico Prado.

Tribuna do Povo (11/01/1970).
Fonte: Biblioteca Municipal Martinico Prado.

O IAA, o PLANALSUCAR e o Proálcool tiveram o encerramento das suas atividades ligado ao processo de desregulamentação do setor da cana-de-açúcar no país, crise financeira e alterações políticas ocorridas no início da década de 1990, sob a gestão do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), com os programas de desestatização, assim, o Estado deixa de ter o papel chave nos investimentos dessa área, bem como a redução significativa de subsídios voltados a produção de álcool. No período, passou a ser mais interessante os empresários atuarem com a produção de açúcar que álcool, considerando a demanda internacional do produto, isso gerou a redução da oferta do combustível e a consequente diminuição dos carros a álcool. Por tudo isso, o IAA foi extinto no começo de 1990.

"Ocorre a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), dando fim aos mecanismos de intervenção na atividade produtiva que iam desde o estabelecimento de quotas de produção, fixação de preços para a cana-de-açúcar, açúcar e álcool, até a concessão de subsídios." (SHIKIDA; PEROSA, 2012, p. 249).

Opinião Jornal (26/05/1990).
Fonte: Biblioteca Municipal Martinico Prado.

Jornal de Araras (13/01/1990).
Fonte: Biblioteca Municipal Martinico Prado.